Marketplace da saúde: o que é e o que podemos extrair dessa ideia?
O marketplace da saúde agora é uma das opções de serviços médico-hospitalares. Entenda melhor como ele impacta as operadoras!
Assim como aconteceu com ideias como do Uber da Saúde e a gigante rede de opções de clínicas populares, agora está disponível no mercado uma nova opção de oferta dos serviços médico-hospitalares, o Marketplace da Saúde. Trata-se de uma plataforma em que os usuários poderão contratar pacotes de cirurgias eletivas de baixa complexidade diretamente com os hospitais.
O pacote de serviços oferecidos inclui atendimento pré-operatório, a internação, o pós-operatório, todas as consultas, honorários médicos e medicamentos. Por isso a ideia de All Inclusive da Saúde.
Com essa proposta, o prestador garante que o valor pago pelo paciente cobrirá todas as despesas que envolvem o procedimento médico contratado.
O público-alvo são pacientes atendidos pelo SUS que aguardam meses para uma cirurgia. Vale lembrar que a estratégica se limita a apenas cinco procedimentos, sendo eles: hérnia, vesícula, catarata, amígdalas e varizes.
Qual impacto do marketplace da saúde para as operadoras?
Vejam que nasce mais uma modalidade de oferta de serviços médico-hospitalares, com cobertura limitada e não regulada pela Agência Nacional de Saúde (ANS).
Embora haja uma declaração de que a estratégica dessa iniciativa seja atingir usuários do SUS, podemos acreditar isso pode afetar diretamente as operadoras de saúde, em especial as operadoras que comercializam planos populares ou exclusivamente hospitalares.
Considerando a possibilidade acima descrita, as operadoras terão a oportunidade de colocar em prática a oferta de planos exclusivamente ambulatoriais. Ou seja, produtos com cobertura assistencial médico ambulatorial, que compreende consultas médicas em clínicas básicas e especializadas, apoio diagnóstico, tratamento e demais procedimentos ambulatoriais determinados no Rol de Procedimentos estabelecidos pela ANS.
Em artigos anteriores trouxemos à tona os prós e contras desse tipo de contrato. Um exemplo é o artigo elaborado pela Natalie Martins, gestora do time de regulação da Prospera que ressalta: “Os pontos favoráveis de comercializar produtos somente com uma cobertura, seja ela ambulatorial ou hospitalar são: inovação, redução dos custos, competitividade e soluções para o mercado. Enquanto os pontos negativos são: a operacionalização e a judicialização.”
Vários são os questionamentos da viabilidade e perspectiva de resultados de planos exclusivamente ambulatoriais. No ACPS (anuário de custos de planos de saúde) produzido com dados de 2020 pela Prospera | Funcional, identificamos que, da amostra analisada, esses planos representam apenas 1% dos planos ativos das operadoras.
Por que um produto ambulatorial pode ser uma boa opção?
Com a precificação correta, com a gestão correta, com investimento em processos de coordenação do cuidado, ao invés do chamariz “Cirurgias que cabem no seu bolso!” as operadoras de saúde poderão usar “Saúde que cabe no seu bolso”.
Lenisa Spinola
Gestão de Negócios
Data da notícia:
17/08/2021