A importância da transparência para a prevenção de conflitos de interesse no setor de saúde

Para o Dr. Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, o setor de saúde não está imune a decisões enviesadas que culminam em desvios éticos e ações desonestas, a exemplo disto, o caso “máfia das próteses”, que resultou em grandes fraudes e ofertas de propinas.

Esse, entre outros episódios, ilustra como a ausência de uma atitude transparente em relação a conflitos de interesse impacta de forma negativa no setor de saúde e a consequência mais grave disso, além dos desperdícios, é o impacto na saúde do paciente, que fica com a segurança e o bem estar em risco, principalmente, no que diz respeito a indicação de procedimentos e terapias desnecessárias.

Diante do quadro atual, fez-se um estudo de como os conflitos de interesses se materializam, sendo apurados, desde o oferecimento de amostras grátis em consultórios, passando por subsídios para participação em congressos médicos, estabelecimento de contratos de preceptorship (profissionais experientes contratados pela indústria para treinar novos médicos), educação continuada paga pela indústria, dentre outros.

Acerca disso, há um Projeto de Lei (PL 7.990/2017) tramitando que visa disciplinar a transparência e a publicidade de relações financeiras entre médicos, hospitais- escola, indústria farmacêutica e afins.

Importante destacar ainda que declaração e análise dos potenciais conflitos de interesses são apenas alguns entre os diversos controles que uma Instituição de saúde deve ter para evitar que desvios éticos, desperdícios e fraude coloquem em risco a integridade das decisões institucionais, a saúde e a segurança do paciente.

No ambiente hospitalar, controles como o monitoramento da prática médica por meio de protocolos assistenciais, padronização de materiais e medicamentos, comitês de integridade científica em pesquisa e ensino são controles importantes porque tornam o ambiente mais seguro.

Não há uma única solução capaz de impedir as distorções construídas ao longo das últimas décadas. Ações combinadas devem incluir novas políticas públicas e iniciativas privadas que deem o tom e pautem como assegurar aos pacientes e às instituições escolhas isentas e éticas.

Fonte: site Coaching e Carreiras


Data da notícia: 11/09/2019

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