Inflação Médica 2020

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Inflação Médica 2020

Certamente você já ouviu que os reajustes de planos de saúde são abusivos, quando comparados aos índices gerais de inflação. Em 2020, porém, enquanto alguns indicadores de inflação, como o IGPM, foram positivos e até bem altos, você pode ter ouvido que a inflação médica foi negativa. Porque isso aconteceu?

As medidas restritivas impactaram a sociedade e mudaram, principalmente, o comportamento das pessoas em relação à procura por serviços de saúde.

 

 

 

 

 

Para fundamentar essa alteração de comportamento e detalhar os impactos da pandemia nos custos de saúde, é necessário esclarecer que a inflação saúde é composta por dois pilares: a variação de preços, sendo este equivalente aos índices financeiros, e a variação na demanda por serviços assistenciais.

Sendo assim, o objetivo deste estudo é decompor a evolução do índice de inflação médica observado entre 2019 e 2020, nas suas duas dimensões. Para desenvolvimento desse estudo, consideramos dados de 20 operadoras com total de pouco mais de 1,5 milhão de beneficiários.

 

 

 

 

 

 

 

 

Sob o ponto de vista das despesas de uma operadora de planos de saúde (OPS), é possível segmentá-las em dois grandes grupos: as despesas assistenciais e as despesas não assistenciais. Ressalta-se que as despesas não assistenciais são as operacionais, administrativas, comerciais,  financeiras e tributos, e não fazem parte desse estudo, pois estas sim acompanham os índices de inflação geral.

As despesas assistenciais, ou também chamadas de custo de saúde, são o objeto de pesquisa deste estudo, uma vez que elas são compostas pelas despesas das OPS com os prestadores de serviços (hospitais, médicos, laboratórios, clínicas, entre outros), destinadas a remunerá-los pelo atendimento prestado aos beneficiários.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Há mecanismos capazes de influenciar diretamente o volume de utilização de serviços, como por exemplo a prática de coparticipação para reduzir a utilização desnecessária, bem como a implantação de programas de promoção à saúde e prevenção de doenças para promover a melhora na condição de saúde dos participantes. Além disso, há uma tendência de constante aumento nas frequências de utilização dos planos de saúde, tendo em vista que ocorre periodicamente a revisão da lista de serviços cobertos obrigatoriamente pelas Operadoras, além do envelhecimento da população.

Em geral esses procedimentos são mais caros, seja no aspecto do diagnóstico ou do tratamento, mas que impõe tanto às operadoras, quanto aos prestadores, o constante investimento em suas infraestruturas.

 

 

 

 

 

 

Importante destacar que o estudo é realizado anualmente, e é a primeira vez que observamos inflação negativa em planos de saúde. Essa variação foi constatada devido ao comportamento atípico da sociedade em razão das medidas restritivas geradas pela pandemia da Covid-19. Entretanto, nem todas essas mudanças vão permanecer na mesma grandeza para o período pós pandemia.

Segregamos as despesas assistenciais entre despesas com internações (que chamamos de hospitalares) e as demais despesas assistenciais (que chamamos de ambulatoriais), e cada um destes grupos foi subdividido em: consultas médicas, serviços auxiliares de diagnóstico e terapias – SADT de baixa e alta complexidade, atendimentos ambulatoriais, materiais e medicamentos, taxas, diárias (no caso de despesas hospitalares) e outros itens que não se enquadram nos grupos formados.

No gráfico a seguir apresentamos a representatividade de cada um destes itens no custo total da saúde das operadoras:

 

Apresentamos na tabela a seguir a variação do custo médio e da frequência de utilização de cada grupo de serviços:

Ressalta-se ainda, que a frequência do grupo “MatMed” (11,2%) foi o único que aumentou e se manteve na mesma proporção do último ano. Por fim, cabe observar o aumento de custo médio nas internações (10,5%) mesmo com a redução de 8,6% na frequência.

Com relação às frequências é observado uma redução em “MatMed”, o qual foi mais que suficiente para reduzir a utilização de internações no todo, uma vez que todos os outros subgrupos se apresentaram estáveis ou com pequenas reduções em relação ao ano anterior.

 

Frente a isso, o custo de saúde reduziu 7,9% do ano 2019 para o ano 2020. O mercado costuma nominar este efeito de inflação médica.

Salienta-se que, com a decomposição deste índice por efeito exclusiva da demanda e do custo, verificou-se que a demanda contribuiu fortemente para a redução da despesa assistencial. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ressalta-se que o mesmo estudo realizado referente à variação do ano de 2018 para 2019, indicou uma inflação dos planos de saúde de 9,6%, sendo 5,3% efeito do aumento no custo médio e 4,3% no aumento da demanda. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Data da notícia: 21/05/2021

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