Os primeiros passos da Operadora para o produto de Atenção Primária


Nos últimos anos as Operadoras brasileiras tem se mostrado mais abertas ao conceito do produto de atenção primária inspirado nos modelos Europeu e dos EUA.


Especialmente no ano de 2016, a Prospera tem recebido inúmeras demandas de precificação para este tipo de produto, mas observamos que em muitos casos o desenvolvimento do produto de atenção primária é imposto pelos níveis hierárquicos superiores, com o objetivo de que a Operadora se mantenha alinhada ao que tem sido desenvolvido no mercado, mas nem sempre o conceito deste produto está maduro internamente entre os envolvidos na Operadora, de modo que pouca diferença prática se observa em relação aos demais produtos comercializados por estas Operadoras.


Sendo assim, o objetivo deste texto é apresentar algumas ideias iniciais, porém essenciais para o planejamento do produto de atenção primária pelas Operadoras interessadas em adotar este modelo.


Primeiramente é preciso definir o tipo de contratação abrangido (individual e/ou coletivo). Os cases das Operadoras mais avançadas na adoção deste modelo indicam o início do projeto com empresas pré-selecionadas, lembrando que a recuperação deste investimento não se dará no curto prazo.

Outro aspecto fundamental para o sucesso deste produto é a forma de divulgação. A Operadora deve desenvolver o plano de marketing visando disseminar o conceito da atenção primária e o que o diferencia dos demais produtos. Esta ação deve ser desenvolvida tanto para o público interno (colaboradores e vendedores) quanto para o externo (clientes).

É recomendável que a equipe de atendimento do produto de atenção primária seja composta por médico generalista, enfermeiro e técnico, e é um requisito a definição inicial da quantidade de beneficiários que será atendida por cada equipe formada.

Também é importante destacar que a estrutura de atendimento deve refletir o conceito disseminado para o produto, de modo que não se confunda com um plano de rede restrita. Além disso, a Operadora deve avaliar os pontos de atendimento do produto em relação às regiões geográficas de localização dos clientes, pois a dificuldade de acesso pode ser um fator restritivo para o bom desempenho do conceito do produto.

Destaca-se que a localização das empresas e das unidades de atendimento deve contribuir com o critério de seleção de potenciais clientes para o produto, caso haja este processo.

Ainda sobre a equipe de atendimento, também é necessário definir como será a remuneração de cada profissional, diferenciando do modelo fee for service (pagamento por procedimento) geralmente pratica entre as Operadoras e a rede credenciada, podendo ser por capitation (valor fixo) e remuneração por performance.

Quando adotar a remuneração por performance, é necessário definir quais serão os indicadores (quantidade de consultas realizadas com o médico de referência, consultas com especialistas fora da rede de referência do produto, satisfação dos beneficiários nos atendimentos, entre outros.

A Operadora precisa, ainda, estabelecer metas claras relacionadas aos resultados que espera obter com o produto, como por exemplo redução do número de consultas em pronto socorro, redução do volume de exames (quando há demanda excessiva), resolutividade na primeira consulta, e quaisquer outros objetivos esperados para o produto, desde que a concepção do produto e a forma planejada para a implementação viabilizem o alcance destas metas.

Por fim, o mais importante é refletir que fazer o mesmo não levará a Operadora a obter resultados diferentes dos atuais. Os desafios para a implementação do modelo de atenção primária são muitos, mas é urgente a necessidade de criar alternativas que visam a sustentabilidade do setor de saúde suplementar no Brasil.


Equipe de Gestão Atuarial
 

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Data da notícia: 27/05/2016

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